Sinopse
Julia e Gustavo se conheceram no portão da escola de suas filhas adolescentes. De pais apressados, tornaram-se amigos. De amigos, descobriram-se apaixonados. Namorados. Amantes...
Aquele era o amor de uma vida, mas havia um marido. Uma esposa. As crianças. Traumas antigos. Relações familiares confusas. Medos e expectativas. Nós apertados que não se desatam com facilidade.
O que fazer diante do inevitável?
Com personagens que revelam camadas profundas, sem heróis ou vilões, esta é uma história de pessoas em busca de paz e alguma felicidade na vida. Igual a todo mundo.
Sobre o que é a trama?
Sobre o amor. Escolhas. Traumas. Idealização. Sobre a vida acontecendo.
Em atemporais clássicos da literatura, grandes personagens como Capitu, Anna Kariênina e Helena possuem algo em comum: são mulheres insubmissas, lembradas quase sempre pelo adultério que cometeram (reais ou imaginários) e enquadradas em estereótipos, cada qual na época em que foram escritas.
Longe de qualquer comparação, Julia Maia, protagonista deste romance, corre o risco de também se tornar uma incompreendida.
Além de carregar o fardo autoimposto de não repetir os erros da própria mãe – mulher adúltera que a abandonou aos 5 anos – Julia se orgulha de manter o controle de sua vida, garantindo que nunca mais colocará em risco sua estabilidade emocional. Ou a da família que meticulosamente criou para si.
Gustavo, assim, torna-se o elemento não previsto no plano. O homem apaixonado por quem ela se apaixona. Um homem que também arrasta suas correntes, suas inseguranças, e apenas uma certeza: ele não vai recuar tampouco se arrepender. Julia é seu primeiro e grande amor.
Quotes
precisei dispersar, com grande custo, cada proposta maluca que formulei em segundos – vamos ficar juntos mais uma noite? A gente diz que o voo atrasou, que o aeroporto fechou, que São Paulo foi varrida do mapa!
GUSTAVO BENATELLI
Eu o amava como ninguém deveria amar outra pessoa. Ou como todo mundo deveria amar outra pessoa.
JULIA MAIA
Quem leu?
(...) Elaine domina a linguagem e sabe nos envolver na sua narrativa. Ela traz personagens complexos, verossímeis, falhos. Personagens que conhecem sua ambiguidade e não têm medo de expô-la. Personagens que, assim como nós, estão vivos. Erram, se arrependem, fazem escolhas duvidosas.
Talvez por isso, seja quase impossível não se identificar com eles. Talvez por isso, Gustavo e Julia pareçam um casal que conhecemos, poderiam ser nossos amigos, nossos vizinhos, nossos parentes. Poderíamos ser nós mesmos. (...)
Prefácio (parte) por Carla Guerson
Leia o prólogo
PARTE 1
Que a minha loucura seja perdoada
porque metade de mim é amor
e a outra metade também
(Metade – Oswaldo Montenegro)
Gustavo
Nós dois éramos casados. Não um com o outro. Quem dera, pensei tantas vezes, enquanto o desejo de mudar minha vida inteira por ela me consumia uma noite insone após outra. Éramos casados e eu não dava a mínima.
A primeira vez que a vi, foi como entrar num filme antigo – cena muda, lenta, foco em primeiro plano, imagens turvas ao redor – parei de respirar para admirá-la, de longe, encantado com o que assistia como o mais aficionado dos cinéfilos.
Um dia, quando conversamos, nervoso, levei mais tempo preocupado em parecer inteligente que aproveitando o momento.
Então me apaixonei. Veloz assim. Ela me fazia querer ficar perto dela e na maior parte do tempo eu preferia não ficar perto de ninguém.
Julia não fez qualquer esforço para me atrair, pelo contrário, tentou se afastar mais de uma vez. Sensata. Pensando bem, ela veio a mim aos poucos; eu é que fui a ela de uma vez por todas. Nosso caso inspiraria um poema de Vinícius ou Neruda, ouso divagar. Ela acharia graça ao ouvir isso e diria que sou um romântico.
Disse muitas vezes, exatamente assim, com direito ao artigo indefinido e o leve tom de pesar. Queria que nunca a tivesse decepcionado. Não planejamos nada do que aconteceu conosco, e sua natureza organizada e prática insistia em planejar cada passo. Menos comigo. Não conto como vantagem, eu não lhe deixei saída.
(continua...)
Capítulo 1
Julia
— O que ela quer? – perguntei sem titubear ao meu pai, juiz de direito, homem sério, respeitado e obedecido por todo mundo que eu conhecia. Ele trocou um olhar esquisito com a mulher dentro do meu quarto.
“Deixe-me com ela”, ouviu a ordem e obedeceu num instante, saindo da cena sem me explicar que novidade era aquela.
Pai?
— Julia – encarei a estranha que sabia o meu nome. – Sou sua mãe, amada, faça um esforço de memória, você se lembra de mim.
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O lançamento oficial de Porque éramos nós será na FLIP - Feira Literária Internacional de Paraty, que acontece de 22 a 26 de novembro. O envio dos exemplares adquiridos na pré-venda será realizado após a FLIP, ou seja, a partir de 27 de novembro.
Olá, eu sou Elaine...
Carioca, leitora voraz, administradora, escritora, produtora editorial e revisora literária. Sou autora de 3 livros de contos e estou em diversas coletâneas. Escrevo para revistas literárias, sou editora-assistente no Grupo Editorial Caravana e uma das coordenadoras do Coletivo Escreviventes.
Nas horas vagas, também converso com o mar.